Economia brasileira no início do século xxi: desaceleração, crise e desindustrialização (2000-2017)

Contenido principal del artículo

Daniel Pereira Sampaio

Resumen

O objetivo do artigo é discutir a hipótese de desindustrialização absoluta no Brasil, principalmente a partir da segunda década do século XXI, quando o país entrou no ciclo da desaceleração e, posteriormente, da crise econômica. Para atingir tais objetivos, a trajetória da economia brasileira é organizada em ciclos: início de reversão (1999-2002), recuperação do crescimento (2003-2006), aceleração do crescimento (2007-2010), desaceleração (2011-2014), crise econômica (2015-2017). São utilizados dados do Produto Interno Bruto (PIB), produção industrial, contas externas e empregos. Os resultados apontam que o país está a caminho da desindustrialização absoluta desde o ciclo da desaceleração, tendo em vista que se observa queda da produção industrial e baixo dinamismo do PIB. Os setores de bens de capital e bens de consumo duráveis são os mais afetados, com reduções expressivas, em face da grande recessão.


Cómo citar
Pereira Sampaio, D. . (2019). Economia brasileira no início do século xxi: desaceleração, crise e desindustrialização (2000-2017). Semestre Económico, 22(50), 107–128. https://doi.org/10.22395/seec.v22n50a6

Detalles del artículo

Citas

Akyuz, Yilmaz (2005). Impasses do desenvolvimento. Em: Novos Estudos, São Paulo, n.º 72, p. 41-56. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-33002005000200003.
Belluzzo, Luiz G. De Mello e Almeida, Julio Gomes (2002). Depois da queda: a economia brasileira da crise da dívida aos impasses do Real. São Paulo: Ed. Civ. Brasileira, 412p.
Braga, Juan Carlos (1993). A financeirização da riqueza: a macroestrutura financeira e a nova dinâmica dos capitalismos centrais. Em: Economia e Sociedade, vol. 2, n.º 1, p. 25-57
Cano, Wilson (1996). Notas sobre o imperialismo hoje. Em: Crítica marxista, n.º 3, p. 132-135.
Cano, Wilson (2014). (Des)industrialização e (Sub)desenvolvimento. Em: Cadernos do Desenvolvimento, Rio de Janeiro, vol. 9, n.º 15, p. 139-174.
Cano, Wilson (2017). Prefácio. Em: Monteiro Neto, Aristides.; Castro, Cesar Nunes e Brandão, Carlos Antonio. Desenvolvimento regional no Brasil: políticas, estratégias e perspectivas. Rio de Janeiro: Ed. Ipea, p. 11-19.
Carneiro, Ricardo (2002). Desenvolvimento em crise: a economia brasileira no último quarto do século XX. São Paulo: Ed. Unesp, 423p.
Carneiro, Flávio Lyrio (2017). Fragmentação internacional da produção e cadeias globais de valor. Em: Oliveira, Ivan Tiago Machado.; Carneiro, Flávio Lyrio e Silva, Edison Benedito. Cadeias Globais de Valor, Políticas Públicas e Desenvolvimento. Brasília: Ed. Ipea, p. 87-120.
Cário, Silvio Antonio Ferraz (Coord.) (2012). Processo de desindustrialização em Santa Catarina. Santa Catarina: Fiesc/UFSC/Neitec, 35p.
Carvalho, Laura (2018). A valsa brasileira: do boom ao caos econômico. São Paulo: Ed. Todavia,
2018, 189p.
Coutinho, Luciano (1992). A terceira revolução industrial e tecnológica: as grandes tendencias de mudanças. Em: Economia e Sociedade, vol. 1, n.º 1, p. 69-87.
Cruz, Sebastião (2010). Trajetórias, casos nacionais de reformas econômicas e respostas à crise mundial. Em: Texto para discussão CepalL-IPEA, n.º 9. DF: Cepal/IPEA, 26p.
Ferreira, Josué Catharino (2015). Aspectos históricos e geográficos da industrialização de Santo André. Em: Anais do XI Congresso Brasileiro de História Econômica e 12ª Conferencia Internacional de História de Empresas, Vitória/ES, set. 2015, 30p.
Furtado, Celso (1992). Brasil: a construção interrompida. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 87p.
Furtado, Celso. (2007). Formação Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 341p.
Goudart, Gustavo Chagas e Terra, Fabio Henrique Bittes (2015). Política macroprudencial: uma leitura keynesiana. Em: Análise Econômica, Porto Alegre, n.º 63, p. 171-190.
IEDI —Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial— (2017). Um triênio devastador (2014-2016). São Paulo: IEDI, 5p.
Laplane, Mariano; Coutinho, Luciano e Hiratuka, Célio (Org.) (2003). Internacionalização e desenvolvimento da indústria no Brasil. São Paulo: Unesp, 349p.
Mello, Juan Manuel (1982). O capitalismo tardio. São Paulo: Brasiliense, 182p.
Mészáros, István (2000). A crise estrutural do capital. Em: Outubro, vol. 2, n.º 4, p. 7-15.
Oliveira, Fabricio Augusto (2013). Política econômica, estagnação e crise mundial (1980-2010). Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 391p.
Paulani, Leda María (1999). Neoliberalismo e individualismo. Em: Economia e Sociedade, Campinas, vol. 8, n.º 2, p. 115-127.
Pinto, Eduardo Costa e Gonçalves, Reinaldo (2015). Globalização e poder efetivo: transformações globais sob efeito da ascensão chinesa. Em: Economia e Sociedade, vol. 24, n.º 2, 54, p. 449-479.
Rezende, Felipe (2016). Financial fragility, instability and the Brazilian crisis: a Keynes- Minky-Godley approach. Em: Minds Discussion Paper, n.º 1, 75p.
Romero, Cristiano (2017). PIB: a tragédia consumada. Em: Valor Econômico, 08 de março de 2017.
Rossi, Pedro; Dweck, Esther e Oliveira, Ana Luiza Matos (Org.) (2018). Economia para poucos: impactos da austeridade e alternativas para o Brasil. São Paulo: Autonomia Literária, 2018, 375p.
Rowthorn, Robert e Coutts, Ken (2004). De-industrialization and the balance of payments in advanced economies. Em: Cambridge Journal of Economics, vol. 28, n.º 5, p. 767-790.
Sampaio, Daniel (2015). Desindustrialização e estruturas produtivas regionais no Brasil. Tese de Doutorado do Instituto de Economia da Unicamp, 234p.
Silva, Robson Dias (2009). Estrutura industrial e desenvolvimento regional no estado do Rio de Janeiro (1990-2008). Tese de Doutorado do Instituto de Economia da Unicamp, 231p.
Silva, Ana Lucia G. e Laplane, Mario Francisco (1994). Dinâmica recente da indústria brasileira e desenvolvimento competitivo. Em: Economia e Sociedade, vol. 3, n.º 1, p. 81-98.
Singh, Ajit (1977). UK industry and the world economy: a case of de-industrialization? Em: Cambridge Journal of Economics, vol. 1, n.º 2, p. 113-136.
Tregenna, Fionna (2009). Characterising deindustrialization: an analysis of changes in manufacturing employment and output internationally. Em: Cambridge Journal of Economics, vol. 33, n.º 3, p. 433-466.
Vitali, Stefanía e Battiston, Stefano (2014). The Community structure of the global network control. Em: PLoS One, vol. 9, n.º 8, p. 1-13.
Vitali, Stefanía; Glattfelder, James e Battiston, Stefano (2011). The network of global corporate control. Em: PLos One, vol. 6, n.º 10, p. 1-6.
Unctad —United Nations for Trade and Development— (2003). Trade and development Report. Genebra: Unctad, 184p.
Biografía del autor/a

Daniel Pereira Sampaio, Universidade Federal do Espírito Santo

Economista, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brasil. Mestre em Desenvolvimento Econômico, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Doutor em Desenvolvimento Econômico, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Professor do Departamento de Economia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brasil. E-mail: daniel.sampaio@ufes.br